A partir da notícia, um grupo de artistas ligado à Associação Mandicuera de Cultura Popular começou a se movimentar iniciando um grupo de debate na internet. O grupo já conta com quase 60 pessoas, entre eles artistas das mais diversas áreas, produtores, professores e simpatizantes do setor. A proposta inicial é a redação de uma carta aberta a ser enviada ao Prefeito e aos Vereadores. A pauta de reivindicações ainda não foi definida, mas o ponto central deverá ser a volta de um órgão municipal dedicado exclusivamente às políticas culturais, como era a Fundação de Cultura.
Além disso, o grupo defende o fortalecimento do Conselho Municipal de Cultura e a realização da Conferência Municipal de Cultura, para que as politicas do setor sejam debatidas e decididas de maneira ampla e democrática por todos os interessados.
Paranaguá já possui importantes avanços no setor, como a adesão ao sistema nacional de cultura, uma lei de incentivo para o setor e a possibilidade de instituir um fundo municipal para custear políticas da área. A anexação da área a uma secretaria sem foco pode por tudo isso a perder.
Vale lembrar que a cidade possui manifestações culturais únicas como o Fandango, que é patrimônio imaterial segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN); manifestações culturais indígenas, cuja língua guarani também é considerada patrimônio pelo IPHAN; possui um riquíssimo patrimônio arquitetônico; uma rica história cultural com muitos documentos e artefatos; isso tudo sem falar na música, teatro, literatura, artes visuais, artesanato típico, culinária, carnaval, enfim… é um universo que precisa de políticas culturais e tem muito a oferecer em tradição, potencial de desenvolvimento e turismo cultural.
A Prefeitura usa o argumento da economia para justificar a união das áreas da Cultura, Turismo e Esporte num só órgão administrativo. Mas os militantes da Cultura argumentam que uma cidade com patrimônio tão vasto, com tantas manifestações culturais como é Paranaguá, precisa de um órgão próprio para desenvolver as políticas culturais, sob pena de desperdiçar oportunidades únicas e pôr a perder seu patrimônio.
Isso sem falar que os outros setores, o Turismo e o Esporte, também vão sentir o vazio que essa “salada administrativa” deve causar. O Turismo, por exemplo, é um dos grandes potenciais de geração de emprego e renda da cidade, e a falta de atenção que já causa grandes prejuízos, tende a piorar. O mesmo se aplica ao esporte.
Serviço: A reunião do grupo contrário ao desmonte da Cultura está marcada para esta sexta-feira, 24, às 20 horas na Casa Buena Vista, Rua General Carneiro, 368.
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