O Coletivo se reuniu no dia 24 de março na Casa Buena Vista |
Um coletivo de artistas, intelectuais, agentes culturais e simpatizantes do setor se formou em Paranaguá para tentar reverter o desmonte da área da Cultura na administração municipal. O grupo que conta com cerca de 80 participantes protocolou um pedido de audiência com o prefeito Marcelo Roque (PV) para reivindicar, entre outras medidas, o retorno da Fundação Municipal de Cultura ou a criação de uma secretaria específica para o setor.
O coletivo redigiu uma carta aberta (veja abaixo) que será apresentada ao governante municipal. Além do retorno de um órgão municipal exclusivo para a Cultura, o grupo pede a aprovação do Plano Municipal de Cultura e a criação do Fundo Municipal para o custeio de projetos culturais pela lei de incentivo.
A antiga Fundação Municipal de Cultura (FUMCUL) foi extinta e anexada à área de Turismo durante o processo de transição da gestão municipal em dezembro de 2016. Há duas semanas, o prefeito fez uma nova fusão, anexando a cultura e o turismo à secretaria de esportes.
Para os integrantes do coletivo, essa decisão é prejudicial para todas as áreas. Segundo Aorélio Domingues, Mestre Fandangueiro do Grupo Mandicuera, a união da cultura, turismo e esportes numa só secretaria é ruim para todos. “O desmonte da área da Cultura põe em risco todo um acúmulo elaborado no plano municipal de Cultura e na adesão ao Sistema Nacional de Cultura”, afirmou.
“Paranaguá possui duas manifestações culturais que são patrimônios imateriais registrados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Fandango Caiçara e a Língua Guarani. Possui diversas outras manifestações que vão desde as artes à culinária, passando pelo carnaval e pela arquitetura colonial. Tudo isso vai ficar abandonado e muita coisa deve se perder sem uma Secretaria ou Fundação que desenvolva políticas culturais para a cidade.”
“E os vereadores, que são pagos para fiscalizar o prefeito, deram 'carta branca' se anulando totalmente e abrindo mão de sua função legal. Não foi para isso que eles foram eleitos. A iniciativa do prefeito de economizar recursos públicos é louvável, mas essa economia deverá trazer graves prejuízos para a cidade, não só na área da Cultura, mas também no turismo e nos esportes.” Afirmou Aorélio.
Agora o Coletivo aguarda a confirmação da audiência para que se abra um canal de diálogo do setor com a administração pública e que as reivindicações sejam atendidas.
Leia a seguir a carta elaborada pelo Coletivo: